Bruxelas (Bélgica), 27/09/2018 - Existem dois aspetos críticos no processo de logística: a primeira e a última etapa do percurso. A eficiência com que os retalhistas gerem, de forma integrada, estes dois aspetos essenciais da logística da cadeia de abastecimento constitui a chave para a sua sobrevivência.
O panorama da venda a retalho está a mudar de forma quase irreconhecível. À medida que empresas de renome sucumbem vítimas do sucesso de intervenientes mais ágeis no comércio eletrónico e dos seus parceiros logísticos, os retalhistas enfrentam um desafio nunca até hoje existente. No entanto, nem tudo está perdido. Se os retalhistas quiserem corresponder às exigências imediatas de consumidores digitais esclarecidos, têm de se basear numa infraestrutura logística eficiente e com boas ligações que os ajude a oferecer sempre uma experiência de consumo sem problemas, mesmo em períodos de pico de procura, em que mais de um terço das entregas chegavam tarde ou incompletas. [5]
Para proporcionar uma experiência de qualidade, existem dois aspetos críticos do processo de logística que devem ser irrepreensíveis. A primeira etapa do percurso: um processo despoletado pela encomenda de um cliente, para levantamento, embalamento, validação e transporte. E depois, a última etapa do percurso: colocar o artigo nas mãos do cliente, seja em loja via "click & collect", em casa, no escritório, num ponto de recolha ou ponto de levantamento inteligente.
A eficiência com que os retalhistas e os seus fornecedores de logística gerem, de forma integrada, estes dois aspetos essenciais da logística da cadeia de abastecimento constitui a chave para a sua sobrevivência. Tal inclui manter os clientes informados durante todo o processo e assegurar que a experiência de entrega ao cliente é conseguida da forma mais eficiente e eficaz possível. Num mercado retalhista altamente competitivo, cada vez mais pressionado pelos preços, nenhuma empresa pode dar-se ao luxo de fazer promessas aos seus clientes que sejam demasiado vulneráveis ou dispendiosas para manter a longo prazo.
A Zetes analisa as opções disponíveis para os retalhistas e onde devem focar a sua energia para ganharem uma vantagem que resulte numa experiência de cliente competitiva.
Eficiência logística num ambiente urbano
Atualmente, 74% da população europeia vive em áreas urbanas, e prevê-se um aumento de 69% nas entregas de encomendas em toda a Europa até 2021. [2] Isto significa que os modelos de transporte e logística precisam de se centrar em soluções concebidas para cidades muito povoadas e desenvolvidas, como Berlim, Londres e Paris, onde as novas iniciativas de entrega (como, por exemplo, fazer aterrar um drone) seriam um desafio, mas onde os veículos comerciais autónomos e os veículos elétricos terão mais adeptos.
Os Centros de Consolidação Urbanos estão a ganhar terreno, fornecendo um local para onde todas as entregas de vários fornecedores são levadas, separadas e depois enviadas para uma área ou rua específica, o que resulta em menos expedições e cargas otimizadas. A utilização dos Centros de Consolidação Urbanos poderia representar para as empresas uma poupança de 25% em cada entrega, redução até 45% da quilometragem relacionada com as entregas, corte nos custos de manutenção de veículos, redução de emissões de óxido de azoto, CO2 e partículas poluentes, e diminuição do congestionamento do trânsito. [3]

Transformar o ambiente da loja
Muitos retalhistas estão já a procurar satisfazer os pedidos online a partir de uma loja em vez de o fazerem a partir do armazém, criando locais em ruas principais que servem de montra e centro de envio, respondendo ainda ao "click & collect" e às devoluções. Isto tem a vantagem adicional de um maior alcance e um aumento das compras quando fazem a recolha ou a devolução na loja, algo que o retalhista a 100% não consegue alcançar.

Abraçar a tecnologia
Para maximizar qualquer uma das opções recentes e inovadoras disponíveis para os retalhistas, estes devem assegurar-se de que as suas infraestruturas assentam numa solução tecnológica de execução ágil, dimensionável e interligada. Existem inúmeras oportunidades para utilização de bens e recursos e alcançar um rápido cumprimento à primeira tentativa, através da visibilidade ponta a ponta, para controlar custos e gerir proativamente cada etapa do processo. Contudo, apenas 13% dos retalhistas investe em tecnologia para tornar a sua empresa mais ágil e eficiente.[1]
Conclusão
O cumprimento e a entrega já não são funções operacionais isoladas; devem estar sempre no âmago do negócio pois afetam diretamente a perceção que o cliente tem da marca, as decisões de compra do cliente, a sua lealdade e, em última análise, a vantagem competitiva. No entanto, com a maior complexidade e mais intervenientes envolvidos na criação/destruição de valor, os retalhistas precisam de ter em conta não só como devem abraçar a inovação que é rapidamente introduzida pelas novas tecnologias e por fornecedores de serviços inovadores, mas também como fazê-lo de uma forma acessível, eficiente e sustentável.
Uma experiência de marca irrepreensível requer um ecossistema inteligente, interligado e colaborativo.

Fontes:
[1] Accenture Strategy Research - Can intelligent fulfilment fix retail delivery woes and 3 steps to same delivery cost reduction
[2] Cushman Wakefield - Urban logistics
[3] McKinsey - Urban commercial transport and the future of mobility
[4] IPC - Global Postal Industry Report
[5] IMRG – Lowest on time delivery for online retail in December